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On my way to Koh Lanta (2019)
On my way to Koh Lanta (2019)
Cheguei a Koh Lanta perto da hora de almoço e desde logo senti que não iria passar muito tempo naquela ilha. Digamos que não senti a vibração que pretendia. Após estar desde 2016 em constante mudança, em países e com pessoas diferentes, comecei a apurar aquele sentido de pertença de forma diferente. E Koh Lanta não me fez ser recebida de braços abertos como senti nas duas ilhas anteriores.
Assim que cheguei, para além de ter andando uns quantos quilómetros até à área dos hostel mais baratos e lá escolher um, a quatro euros a noite, parei para almoçar, recarregar o meu cartão SIM e sentar-me na praia à espera de um dos mais lindos e profundos pôr do sol da minha vida, até que um disco voa a boa velocidade à minha frente e o Pedro aparece. Conhecia-o de vista da minha cidade mas nunca tínhamos falado antes e ali estávamos nós naquela ilha na Tailândia, de forma bem despreocupada e desprendida.
Isto fez-me reflectir nas vezes que isto já me terá acontecido na vida com encontros e desencontros com pessoas que podem ter os mesmos interesses que eu ou até a mesma vontade de estar na vida de uma certa forma e que eu nunca saberei, porque simplesmente não parámos para nos conhecer melhor. E a vida passa e poderá haver um momento em que nos reencontramos num momento e local inesperado. E partilhemos um pôr do sol.
Depois de jantar no restaurante de um tailandês já amigo dele (com principal objetivo de dar um pouco de apoio moral uma vez que ele tinha perdido o seu companheiro de vários anos e não tinha filhos pelo que estava arrasado com a morte do seu cão) perto da praia onde estávamos, acabei por passar a noite numa tenda e num saco de cama na praia em vez da tal noite no hostel, numa decisão bem aleatória e com uma grande vontade de adormecer a ver as estrelas e acordar a ver o nascer do sol na praia e dar um mergulho como primeira ação do dia. E assim foi. A noite no hostel ficou para a noite seguinte e não me arrependo nada. Senti-me leve e livre. Senti que aquele momento ninguém me tiraria nem tão pouco me iria esquecer. Foi um dos momentos que marcou a minha passagem pela Tailândia nesta terceira vez e é incrível como foi algo tão simples como dormir numa tenda na praia. Voltei a repetir esta realidade noutra ilha nas Filipinas e é indescritível a sensação.
Nesse dia, para além de ter parado e conhecido outras praias, fui até uma das praias mais afastadas e nada turísticas da ilha com um tailandês que lá me fez o “favor” de me levar de mota até lá mas que depois acabou por me pedir dinheiro quando chegámos ao destino. Digamos que foi uma boleia falhada, sobretudo quando ele demonstra ser atrevido durante o caminho e me tenta apalpar por diversas vezes nas pernas e me convida para sei lá o quê. Aqui fingi que não percebia nada do que ele me dizia e que nem bom inglês eu falava. Nestas situações ou faço-me de parva ou sou agressiva e directa. Numa mota em andamento decidi optar pela primeira opção.
Mas o que interessa aqui é que a praia foi brutal e que eu estava praticamente sozinha. No meu caminho de regresso à estrada principal, tento apanhar de novo boleias e acabou por ser mais complicado do que estava à espera e tive de caminhar um pouco mais. No entanto, passados uns quinze minutos um casal simpático apareceu de mota e, para além de ambos terem decidido parar a mesma e oferecer-me um belo lanche de frutas e cerveja (que não bebi), deixou-me a meio caminho e tentou ajudar-me com a próxima boleia com outros locais. Agradeci mas disse que ia caminhando nas calmas e não me importei nada com os seis ou sete quilómetros até ao dormitório.
A caminho parei em algumas lojas para discutir preços para o meu próximo destino e decidi comprar a uma rapariga com os seus dezasseis anos e super simpática com quem falei durante quase uma hora acerca da família dela, da Tailândia, de como era viver em Koh Lanta, dos seus pratos preferidos e sobre Portugal. E o mesmo viria a acontecer quando cheguei ao hostel, toda estafada, e encontrei uma inglesa que viajava sozinha com os seus vintes também. Também ela não sentiu propriamente a melhor vibe em Koh Lanta e estava a morrer de medo de apanhar dengue pois o surto ali estava fortíssimo e já sabia de vários casos de jovens que tinham ido parar ao hospital por causa disso. Foi ali, naquele momento, que confirmei que tinha tomado a decisão certa ao ir embora visto que também eu estava com o meu corpo cheio de picadas… and you never know!
Como podem perceber, mesmo viajando sozinha, nunca estamos verdadeiramente sozinhas e encontramos pessoas com quem falar e estar. Sobretudo no sudeste asiático. E esta é a parte mais fantástica e bonita de toda esta experiência. Crescemos tanto enquanto seres humanos e mulheres quando nos libertamos das amarras da vergonha, medo, insegurança, valores ou preconceitos que por vezes não são os nossos mas sim aqueles que nos incutiram, e damos lugar a uma mais elevada auto-estima e um desenrascanço nunca antes visto.
Decidi partir de novo. Duas noites foram suficientes para mim em Koh Lanta e parti bem cedo no dia seguinte para Khao Lak, a 80km Norte de Phuket e que foi praticamente arrasada pelo tsunami em 2004. Aliás, fiquei num hostel bem perto do museu dedicado a esse acontecimento e foi impressionante. Uma das melhores decisões da minha viagem sem dúvida alguma e logo vos conto num último post sobre a Tailândia